Loja em Mauá vende orquídeas que cheiram a coco, chocolate e até carniça

Valéria França

Todo segundo sábado do mês, cerca de cem pessoas se reúnem no Orquidário Quatro Estações, em Mauá, na Grande São Paulo, para trocar dicas e ouvir palestras sobre como cuidar das plantas da família Orchidaceae.

São 100 mil metros quadrados que abrigam 800 espécies nacionais de orquídeas, a maioria já florida.

“Para mim é um passeio”, diz a professora Regiane de Abreu, 40, que mantém um miniorquidário no quintal da casa onde mora, em Mauá. “Além disso, aprendo muito. Apesar de existir um jeito padrão de cuidar das orquídeas, cada espécie tem suas peculiaridades.”

Quem fica à frente dos encontros é o biólogo Anselmo Biazoto Ferreira, 45, que começou o Quatro Estações há 20 anos como um hobby. Com o sucesso do negócio, Ferreira chamou a irmã, a também bióloga Angélica Biazoto Ferreira, 36, para trabalhar no laboratório de espécies híbridas, construído no fundo da casa dela, em Mauá.

Começaram a reproduzir espécies e criar híbridos em maiores quantidades. “Expandimos tanto que tivemos de arrumar uma sede própria”, conta Angélica.

O processo de desenvolvimento de uma espécie híbrida leva cerca de oito anos, da polinização no laboratório à primeira florada. “Cada polinização dá milhares de vasos. Aproveito só alguns, as demais são desprezadas, para não ficarmos com muitas plantas iguais”, afirma Angélica.

Até chegar a flor, as orquídeas ficam em um sítio de 2,4 hectares em Guaíra, a 470 km da capital paulista, onde funciona a estufa-mãe da empresa.

“A grande diferença do nosso orquidário para os demais é que temos como foco o consumidor final, e não o atacadista”, explica a bióloga.

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O vaso mais barato custa R$ 10, caso de uma chuva-de-ouro. Espécies como a Vanda, que está entre as mais caras, saem por volta de R$ 300.

O cliente pode escolher as flores ainda pelo aroma. Tem orquídea que cheira a chocolate, como a Oncidium sharry baby; a baunilha, caso da Vanilla, que é do tipo trepadeira­; e a coco, a Maxillaria tenuifolia.

E há também as malcheirosas. A exótica Bulbophyllum fletcherianum exala cheiro de carniça, mas faz sucesso por causa das flores, que alcançam até 20 centímetros de diâmetro.

Como fazer a orquídea florir 

  • Em apartamentos, a Phalaenópsis, conhecida como orquídea borboleta, adapta-se bem. Prefira varandas ou locais de boa luminosidade e sem incidência direta de sol;
  • Em casas, dê preferência a Oncidium (chuva-de-ouro), Cattleya e Symbidium. O local deve ter umidade, prefira o jardim aos ambientes internos;
  • Faça a adubação foliar, com adubo líquido diluído em água, e pulverize a cada 15 dias;
  • A rega deve ser feita uma vez por semana no frio e três vezes por semana no calor.

Orquidário Quatro Estações:
Estrada Sapopemba, 26.592, Sítio Bela Vista, Mauá. Segunda a sexta, das 8h30 às 19h, sábados das 8h30 às 15h. www.4estacoes.com.br

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