Saiba como escolher o tipo de tecido ideal para o seu sofá
Por Flávia G. Pinho
Como acontece no mundo da moda, tendências regem o universo do design de interiores. “Os tons fortes, por exemplo, estão em alta para os estofados”, afirma a arquiteta Denise Barretto, que tem escritório em São Paulo.
Mas antes de sair escolhendo o sofá novo pela cor é preciso saber a diferença entre os tipos de forração –como tecido ou couro. Nem todos são indicados para qualquer casa. Conheça, a seguir, os principais tipos e suas características.
Brim
É o tecido mais básico, que conjuga resistência e preço baixo. Muito usado na confecção de capas, é agradável ao toque, por ser 100% algodão, e fácil de lavar até na máquina –bom para quem tem crianças ou animais de estimação.
Uma de suas variações mais comuns é a sarja peletizada. Além de mais macia, é também encorpada, uma vantagem em se tratando de material para estofados.
“Quanto mais grosso o tecido, melhor o acabamento. O trabalho fica mais bonito e durável”, diz Luiz Fernando Ambrosio, diretor da Paschoal Ambrosio, empresa paulistana que confecciona móveis estofados desde 1947.
Outra vantagem do brim é a versatilidade em relação à temperatura: não esquenta demais nem fica gelado.
Linho
Os puros são caros, mas há opções mistas mais em conta –quanto maior a proporção de fios de algodão, mais barato. Ambas versões são fáceis de limpar, mas não são tão resistentes quanto o brim.
De acordo com Ambrosio, os de maior gramatura e trama mais fechada são ideais para estofados, enquanto os mais leves vão bem em capas. Todos são fresquinhos, ótimos para lugares onde faz muito calor.
“O resultado do linho é sempre despojado, por isso é o preferido para casas de praia.”
Veludo
Também é vendido na versão pura (100% algodão) e mista, que mescla fios sintéticos –quanto maior a proporção desses, menor será o preço final do móvel.
Por se tratar de um tecido que mancha com facilidade e que não pode ser lavado com frequência, não é indicado para ambientes com crianças ou animais de estimação.
Quem vive com a casa cheia também deve evitá-lo. “Se você se senta no sofá com calça jeans, deixa a marca das costuras no veludo”, diz Ambrosio.
O veludo do tipo cotelê, cuja trama forma riscos bem definidos, é pouco usado em estofados. O mais comum é o liso, que pode ter pelos altos ou baixos. “O veludo liso de pelo alto, que tem efeito molhado, é o mais pedido atualmente”, afirma o estofador.
Por ser um tecido quente, melhor evitá-lo em lugares onde a temperatura costuma ser alta.
Couro
O autêntico, produzido a partir da pele do boi curtida e colorida, pode ser encontrado em diferentes espessuras. Apresenta uma enorme gama de cores, costuma durar bastante e não esquenta tanto no calor, mas custa caro.
Segundo Ambrosio, a peça pode ser limpa com pano úmido bem torcido, mas ele recomenda hidratar periodicamente o material com vaselina líquida para não rachar. “Também é bom evitar os raios solares, porque desbota fácil”, diz.
Já o couro 100% sintético, ou ecológico, é cada vez mais procurado. Para limpá-lo, basta pano úmido. Em contato com a pele, porém, esquenta com facilidade.
Quanto mais parecido com o natural, mais alto o preço. “Eles estão cada vez mais bonitos, há inclusive versões envelhecidas. Às vezes, não se nota que é couro sintético à primeira vista, mas esses ainda custam caro”, diz Ambrosio.
Suede
A camurça natural, produzida a partir da pele do porco curtida e colorida, é pouco usada em estofados. Como absorve a gordura da pele, encosto e braços da peça logo ficam encardidos.
Por isso, a versão sintética, ou suede, tornou-se popular. Macia, promete durabilidade. Mas não é recomendada para ambientes com crianças e animais, já que nem sempre é fácil remover manchas.
A variação de preço, segundo Ambrosio, costuma ser grande. “As bem baratas são finas e não rendem bom acabamento. As mais caras, em compensação, são encorpadas e duráveis.”
Chenile
Muito procurado para estofados, tem composição mista de algodão, poliéster e viscose. A textura é macia, muito parecida com a do veludo –alguns padrões simulam o efeito molhado. Por ser felpudo, não combina muito com lugares quentes. E exige cuidados na manutenção, porque mancha com facilidade.
Tecido tecnológico
É ideal para áreas externas, como jardins, varandas e terraços, e para ambientes com grande fluxo de gente. Além de repelir a água, vem com proteção contra raios solares.
Diferentemente dos tecidos impermeáveis do passado, não se parece com plástico. Os atuais, como o Acquablock, da Karsten, e o Ágora, da PromexDecor, são macios, agradáveis ao toque e estão disponíveis em variadas cores, texturas e estampas.