Arquiteta ensina como escolher a cor das paredes e evitar arrependimentos

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Por Flávia G. Pinho

Tinta e rolo de pintura – essa é a forma mais simples e barata de colorir os ambientes da casa na opinião da arquiteta Fernanda Mendonça, sócia do Oliva Estúdio de Arquitetura, em São Paulo.

“A pintura de paredes é cada vez mais fácil de executar, até mesmo por conta própria. Além disso, é um item da decoração fácil de mudar, que não demanda tanto investimento em material e mão de obra”, afirma.

Difícil é escolher a cor – juntos, os catálogos dos três principais fabricantes de tintas listam mais de 4.000 opções.

Se a proposta é colorir um ambiente inteiro, Fernanda recomenda evitar tons muito vibrantes, que tendem a cansar mais rapidamente. Melhor optar pelos rebaixados, mantendo teto, rodapé e esquadrias brancos.

“Recomendo verdes ou azuis suaves, que proporcionam sensação de paz e relaxamento.”

É o caso das tonalidades Praça no Inverno, da Coral, e Mantra, da Suvinil. Ambas ficam no meio do caminho entre o verde, o azul e o cinza e foram eleitas as cores do ano 2020 pelas duas marcas.

Agora, se a ideia é escolher uma parede de destaque, tons fortes são muito bem-vindos. Bons exemplos são o tom Naval, variação de azul-marinho que a Sherwin-Williams elegeu como Cor do Ano 2020, do terracota, mistura de vermelho com marrom, e das inúmeras variações de verdes. Todos figuram entre as últimas tendências e trazem sensação natural de aconchego.

“Na minha opinião, o terracota fica lindo junto ao verde das plantas. Para compor a sala de estar, sugiro um sofá cinza, verde ou azul”, diz a arquiteta.

A moda das paredes grafite, cinza quase preto que tornou-se a vedete dos projetos em estilo industrial, começa a dar lugar a tons mais suaves que lembram a cor do cimento queimado.

“O cinza continua em alta, só que restrito aos detalhes. As tendências no mundo da decoração estão puxando cada vez mais para as cores que trazem a natureza para dentro de casa.”

Quem é avesso a riscos e não abre mão dos neutros também pode inovar na pintura das paredes. Em vez de apelar para o branco de sempre, Fernanda sugere escolher um entre os vários tons de offwhite, nome que se dá ao branco que leva uma discreta porcentagem de cinza ou de bege.

A dica, nesse caso, é pintar teto, rodapés, esquadrias e portas de branco, para reforçar o contraste.

Seja lá qual for a cor escolhida, Mendonça frisa que é importante fazer um teste no próprio ambiente – a maioria das lojas é iluminada com lâmpadas frias, que alteram bastante a percepção de cada tinta. Boa parte dos fabricantes de tintas imobiliárias oferece embalagens pequenas, especialmente desenvolvidas para este fim.

Para obter um resultado bem próximo do efeito real, deve-se pintar um quadrado de 30 x 30 cm na mesma parede que será pintada, com duas ou três demãos, o suficiente para que a cobertura fique perfeita.

“A luz de cada ambiente, assim como os móveis e acessórios que a gente tem em casa, interferem demais na cor da parede. Depois do teste, a chance de arrependimento é bem menor.”