Aprenda a escolher a cerâmica certa para cada tipo de piso
Por Flávia G. Pinho
Cada vez mais variadas e coloridas, os mostruários de cerâmicas para piso deixam qualquer um em dúvida. Entre as novidades estão as placas que imitam materiais naturais, como madeira, cimento queimado, mármore, tijolinhos rústicos e pedras.
Antes de escolher o novo piso, contudo, é preciso tomar alguns cuidados, afirma a arquiteta Isadora Araújo, do Panapaná Estúdio de Projetos, em São Paulo. “Um dos erros mais comuns é levar em conta apenas a estética, sem considerar pontos bem mais importantes, como a metragem do ambiente e seu uso.”
As peças grandes, que medem até 90 x 90 cm, estão em alta entre os arquitetos e designers de interiores – como exigem menos rejunte, a superfície fica mais lisa e uniforme.
No entanto, se o ambiente demanda muitos recortes no piso em função da existência de balcões fixos, colunas e nichos, melhor optar pelas peças menores, com tamanho até 60 x 60 cm – as grandes, diz Isadora, terão de ser muito cortadas pelo assentador, o que dificulta a mão de obra e gera desperdício de matéria-prima.
Também é preciso atentar para a sigla PEI, que classifica as cerâmicas em relação à resistência da camada decorativa, aquela esmaltada por cima de tudo. A escala vai de 0 a 5 – quanto maior o PEI, mais resistente a cerâmica.
As de PEI 0, por exemplo, são indicadas apenas para paredes, enquanto as de PEI 5 são ideais para ambientes externos ou de muito tráfego, como espaços comerciais.
“Para pisos residenciais, recomendo cerâmicas a partir do PEI 3”, diz a arquiteta.
Quem desrespeita essa regra corre o risco de ver as peças desgastadas em pouco tempo – o piso pode riscar, encardir, perder o brilho e até ficar mais escorregadio.
Outro indicador a ser considerado é o coeficiente de atrito, que atesta a resistência ao escorregamento na presença de água ou em superfícies inclinadas.
O porcelanato, por exemplo, tem coeficiente menor do que 0,4, considerado baixo – se o piso ficar molhado, é tombo na certa.
Segundo Ricardo das Neves, supervisor de vendas das marcas Roca e Incepa, áreas molhadas como o banheiro pedem cerâmicas de nível intermediário (0,4 a 0,7). “Essas já são consideradas antiderrapantes”, ele diz.
Já as rampas e áreas externas, onde o risco de escorregões é bem mais alto, exigem peças rugosas de textura áspera, com coeficiente de atrito maior do que 0,7. “A desvantagem é que esse tipo de cerâmica, pela alta porosidade, mancha com facilidade e dificulta a limpeza. Por isso, não se recomenda para o interior da casa”, explica.
Importante: na hora da compra, certifique-se de que o produto exibe, na embalagem, o selo de aprovação do Instituto Nacional de de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Ele atesta que o fabricante cumpre as determinações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).