Conheça soluções simples para deixar a casa mais ecológica e sustentável

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Por Flávia G Pinho

Ter uma casa sustentável vai muito além de separar o lixo e reduzir o consumo de água e energia. Para quem quer um imóvel mais ecológico, há cada vez mais soluções simples e com preço acessível, afirma o arquiteto Rafael Loschiavo, mestre em sustentabilidade pela Universidade Politécnica de Catalunya, na Espanha, e proprietário do escritório Ecoeficientes, em São Paulo.

Localizado na Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, o escritório funciona como um showroom, onde ele exibe desde soluções baratas e corriqueiras até tecnologias mais inovadoras em sustentabilidade. Veja algumas delas:

Aproveitamento de água da chuva

Cisternas compactas, conectadas à calha do telhado, acumulam a água e podem ser instaladas até em coberturas de edifícios. Um modelo simples, com torneira manual, custa a partir de R$ 800, já com clorador e filtro para remoção de folhas. Já um sistema mais complexo dotado de bomba, que direciona a água captada automaticamente para as descargas dos banheiros, sai por cerca de R$ 5.000.

Uso de materiais naturais e/ou reciclados

Estão em alta as tintas naturais à base de terra, que já permitem até variações de cor.

Placas feitas de embalagens recicladas, como caixas longa vida e tubos de pasta de dente, proporcionam diferentes usos – no escritório de Loschiavo, elas compõem as paredes. “Você pode deixar a aparência natural, com os pedacinhos das embalagens visíveis como pixels, ou revestir e pintar”, explica.

O arquiteto afirma que o material também é uma boa alternativa às telhas convencionais de fibrocimento – embora um pouco mais caras, são mais leves e resistentes e não concentram tanto calor, já que o alumínio presente nas embalagens recicladas ajuda a refletir a luz do sol.

Tratamento de resíduos

No que diz respeito ao lixo, Loschiavo recomenda prever espaço para armazenar separadamente os materiais recicláveis e orgânicos.

Os primeiros devem ser encaminhados à coleta seletiva, enquanto os orgânicos podem ser destinados a uma composteira doméstica e transformados em adubo – já existem modelos adequados até mesmo para áreas de serviço de apartamentos.

Arquitetura bioclimática

Para quem ainda está na fase de projeto, pensar na posição da casa conforme a trajetória do sol nas quatro estações ajuda a garantir conforto térmico o ano todo.

“A partir dessa análise, é possível adotar várias estratégias para diminuir ou aumentar a temperatura, como posicionar janelas para gerar ventilação cruzada, instalar claraboias, brises que bloqueiam a incidência direta do sol e até plantas”, explica o arquiteto.

Geração de energia

Os painéis solares para aquecer a água estão cada vez mais acessíveis: representam um investimento a partir de R$ 2.000 para uma residência de quatro pessoas, segundo Loschiavo.

Já os painéis fotovoltaicos, que geram energia elétrica e permitem que a casa dispense a energia fornecida pela concessionária, são mais caros: cerca de R$ 22 mil, já com a instalação.

Quem mora em casa também pode produzir biogás para a cozinha a partir do lixo orgânico. Com três quilos diários de lixo, é possível produzir três horas de gás para uso no fogão. O investimento, segundo Loschiavo, gira em torno de R$ 6.000.

Paisagismo produtivo

Saem as plantas decorativas, entram os jardins com funções nobres. Os telhados verdes ajudam a reduzir a temperatura interna, assim como os jardins verticais instalados nas paredes.

Melhor ainda quando as espécies escolhidas são comestíveis. Loschiavo sugere transformar qualquer cantinho em horta.