Bióloga de Inhotim ensina qual é a luminosidade ideal para cada tipo de planta

Neste sábado (28), o blog estreia a seção Seu Jardim, uma parceria da Folha com Inhotim, na qual especialistas em botânica do instituto responderão mensalmente dúvidas sobre jardinagem.

Museu de arte contemporânea e jardim botânico, Inhotim está situado na cidade mineira de Brumadinho, a 60 quilômetros de Belo Horizonte. A área de visitação compreende 140 hectares, com cerca de 5.000 espécies de plantas todos os continentes, incluindo nativas, exóticas, raras e ameaçadas de extinção.

O local abriga também oito jardins temáticos e uma das maiores coleções de palmeiras do mundo.

Neste post, Sabrina Carmo, bióloga e coordenadora do Jardim Botânico do Inhotim, orienta sobre a luminosidade ideal para cada espécie.

Sempre haverá opções para o seu espaço

Muita gente compra planta sem saber se ela vai se adaptar bem às condições de luminosidade que tem em casa.  Quem não quiser ser um “serial killer” de mudas precisa inverter essa lógica: primeiro entender como a luz chega ao ambiente para depois escolher a espécie ideal para ficar ali.

Uma suculenta de sol pleno, por exemplo, não viverá bem dentro de um banheiro. Já um filodendro pode ter as folhas queimadas se for colocado em um quintal onde bate muito sol, principalmente o do meio-dia.

O universo botânico é muito vasto e facilmente haverá boas opções para o espaço que você tem disponível.

Saiba quais são os tipos de plantas de acordo a sua necessidade luz solar e como reconhecer quando elas estão num lugar com a luminosidade inadequada.

Quantidade de luz

Sol pleno São as plantas que precisam de muitas horas de luz solar incidindo diretamente nelas. Ficam bem em um quintal grande ou uma sacada que receba no mínimo seis horas de sol por dia. É o caso da maior parte das espécies de cactos e suculentas, além das ervas aromáticas, como o manjericão, o tomilho, a camomila e o alecrim. Para grandes áreas externas, são boas opções cicas e palmeiras.

Meia-sombra São aquelas devem receber de duas a quatro horas de luz direta, apenas no início da manhã ou no fim da tarde. As peperômias representam bem esse grupo e podem ser cultivadas em vasos pendentes, na sala ou no quarto. Se você ama cactos e suculentas mas não tem uma área que receba muitas horas de luz solar direta pode escolher espécies que são de meia-sombra, caso da suculenta do gênero Haworthia e o cacto Rhipsalis, típico na mata atlântica.

Sombra Aqui, muitos iniciantes na jardinagem se confundem e acreditam que a planta de sombra precisa ficar em um ambiente mais escuro. Essas espécies não necessitam de luz solar direta, mas devem estar em um espaço com bastante luminosidade natural. Há muitos antúrios e filodendros, folhagens fáceis de cuidar, que vão muito bem nesse tipo de lugar. Várias espécies de orquídeas também são ótimas opções para ambientes internos sem luz direta. Escolha um ponto próximo a uma grande janela para garantir que as plantas terão acesso à luz necessária.

Sinais de que algo vai mal

Estiolamento Plantas que crescem com menos luz do que realmente precisam geralmente são alongadas, têm folhas delgadas e distantes umas das outras. Essas alterações de forma as deixam fragilizadas e, por isso, mais vulneráveis a doenças. Se sua planta apresentar sinais de estiolamento, você deve mudá-la para um local mais iluminado. A parte estiolada, porém, não recuperará o formato natural.

Queimadura Há muitos fatores ambientais que podem explicar o aparecimento de folhas queimadas. Uma possibilidade é o excesso de sol. Nesse caso, a queimadura também pode estar acompanhada de manchas amarelas. Se isso estiver acontecendo com a sua planta, confira a situação de todas as partes da planta, não só da que não está saudável, e avalie o ambiente onde ela está vivendo.

Ausência de flores O excesso ou a falta de luz solar pode fazer com que as plantas parem de florescer. Por exemplo, se uma rosa-do-deserto for colocada em um canto da sala pouco iluminado, provavelmente, ela terá a formação das flores prejudicada com o tempo. O mesmo poderá ocorrer com uma orquídea deixada em uma varanda que recebe sol forte por muitas horas do dia. Novos botões florais até podem aparecer, mas devem acabar não se desenvolvendo pelo excesso de calor.

Tem alguma dúvida de jardinagem? Mande a sua pergunta para o email tudomaisumpouco@grupofolha.com.br